28 de abril de 2011

mas até lá

o carro estacionado perto do pedaço de relva
o bocadinho de céu entre as nuvens
e as estrelas
a descida de bicicleta
as constelações
às 8 e depois 80 e depois nada
entre o que me falta e o que me foi amputado
precocemente lateja
não estou para penas
tudo
nada

27 de abril de 2011

so, I see...

you're waiting for me!..

Deixem-me só acertar umas coisinhas e vamos a isso.
Prometo que vai ser bom!
Pelo menos para mim.
:D
:*

22 de abril de 2011

enquanto isso

por vezes tenho a sensação que na minha cabeça se passam conversas num qualquer segundo ou terceiro plano ao qual não tenho acesso directo ou fácil.
Conversas das quais faço uma vaga ideia, ouço rumores ou uma palavra aqui e ali. Não chegam para montar raciocínios sem esforço e por isso não as agarro. Tenho muita, muita preguiça. Esgotei-me e continuo a cansar-me com as mais pequenas coisas, o dia-a-dia. É impressionante o que me consome o dia-a-dia.
Tenho pena porque me tenho em tão boa conta...
Toda a modéstia que possa aparentar (a quem me conheça pessoalmente, porque no mundo virtual estou cheia de soberba) é falsa. É apenas uma forma de me poupar a esforços.

18 de abril de 2011

mas logo

o sentido da vida despontava por entre os balõezinhos sobrepostos e assim se curavam as dentadas de cão.

no entanto

partir copos de Cosmopolitan tinha o seu élan e prescindir disso era coisa para a deixar irritada...

conto sem ponto

Eram uma casal muito sui generis. Todas as noites ela deixava sapatos à porta por recear uma saída de emergência. (Num cataclismo, que tenha sapatos!)
Ele todas as noites lhe fazia saber, por escrito, que ali terminavam namoro. Não lhe desse para morrer, de súbito, e ver o seu génio literário ofuscado por um enleio amoroso, um enamoramento vulgar por uma qualquer beleza extrovertida.

não se prendam

O tédio. É o tédio.

- Então,

e O Som e a Fúria é bom?
- É.
- E ainda assim preferes suor e sexo?
- Sim.

Menu

Apresentam-me ao almoço uma vasta lista de pitéus. Lembro-me da gama de cores de um catálogo de tintas mas aqui posso deliciar-me com os aromas.
Fujo das carnes e atiro-me aos peixes.
Antes de mais levanto-me e miro a vitrina. Vejo um sargo acabado de chegar num balde de pescador, ainda a estremecer. Deixa-se de espasmos quando colocado sobre os outros.
- Quero aquele! – Aponto-o, encantada com os breves sinais de vida. É fresco e a frescura é sempre saudável.
- E o que vai desejar beber?
Peço ao empregado que me dê um tempo para pensar.
E agora? Um vinho que me embriague ou um sumo que me fortaleça? Água. Água?
Vem o peixe. Escalado e seco. Fico a olhar para aquilo, desapontada.
- Bem sabes que não podes criar expectativas!
Levanto os olhos e não vejo ninguém. Giro a cabeça à procura de quem me falou. “Mau!..”, penso, “eu não estou maluca!..”
Baixo a cabeça no sentido do prato mas com os olhos continuo buscando pelos lados, na vista periférica…
- Então, menina, já decidiu o que vai beber?
Apresso-me a dar-lhe uma resposta. Tenho que lhe dar uma resposta!
- Hum… ss-simmm…
Olha-me expectante. “Não cries expectativas” é tudo o que me vem à cabeça. “Como não crio expectativas, bolas?” Tento desviar-me destas linhas de texto, empurro-as com as mãos e inclino a cabeça para ver o homem, sorrindo-lhe.
- Pode ser… pode ser…  - e não consigo completar a frase, quanto mais o raciocínio… - “Não cries expectativas”, mas quais expectativas?
Ele continua à espera. Tento ir por partes. Não sei se beba vinho.
- Para que andas tu a beber?
- Como?
O homem olha-me em silêncio, não foi ele que me disse aquilo. Sorrio-lhe outra vez.
- A beber para te sentires pior quando não precisas de beber para te sentires bem?
- Aah… eu…
Começa a mostrar sinais de desconforto.
- Olhe, não quero nada! – sorrio-lhe de novo.
Nem responde. Abana a cabeça e vai andando na direcção da cozinha enquanto eleva a voz para dizer: “Carlos, mesa 23!"
Baixo os olhos para o peixe, morto no meu prato. Já não o quero. Ou quero?
Espeto-lhe o garfo para não dar mais nas vistas. Tiro um pedaço e levo-o à boca. Nem bom nem mau, sabe ao mesmo que os outros. Como-o.
Na mesa ao lado uma senhora pede a felicidade eterna. Trazem-lhe um prato com marido acompanhado de comprimidos. Toma-os todos com satisfação.
- I’ll have what she’s having!  - ocorre-me dizer.
Vejo o empregado avançar com um prato na minha direcção, sorrindo muito, enquanto todos se viram para mim a aplaudir, como naquelas “Flash Mob” que vejo no Facebook.
Levanto-me de repente, fazendo cair os talheres. Enfio os dedos na garganta e vomito o peixe ali mesmo, em cima do prato. Param todos e deixam de sorrir.
Largo o dinheiro que tenho em cima da mesa e desato a correr porta fora.
À noite vejo o Charlie e Lola enquanto partilho almôndegas com puré.

11 de abril de 2011

sim, sim

mas o corpo é que é de 37 e a cabeça completamente adolescente, que querem que eu faça?

Lançamentos

Pumba! Contra a parede!
Toma, que já almoçaste!
Ai és tão linda!
És, és, então não és? Toma! Mais um arremesso!
Não querias espatifar-te?
Eu sou o verbo C-A-T-A-P-U-L-T-A-R.

a ver

se já cá passo, a atirar barro à parede ou merda à ventoinha ou qualquer coisa desse género.
:)